2 de outubro de 2009

Via Crúcis


Foi com os olhos vermelhos
Cravados à frente do que eu apenas podia
ver
Com um gosto de vinho muito forte
Pude ouvir, o sussurro da senhora
morte
Passava à margem, e eu a vi no reflexo espelho
De onde saía para
lutar
a batalha que jamais hav (er)ia de vencer


Bradei, eu gemi, como uma besta humanóide
Na masmorra hórrida a recalcitrar
nas algemas
Achei que ia sucumbir quando a armadura se partiu
O elmo caiu
Não podia prevalecer
contra mim mesmo, era eu apenas
Meu temor, temor congelante que arranha as artérias
Era como se aqui neste asteróide, ah, poderia imaginar
o que iria sobrar de mim pra sobreviver?
Sem fôlego, o céu da noite parado, as estrelas
a esmo
sem um assobio

Foi quando lancei mão, além da experiência à esperança
Me lancei, lancei-me de mim
Me juntei ao único que desse embate
já foi vencedor
Ele realmente não provém daqui...
da terra dos espelhos embaçados.




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