19 de outubro de 2009

Lex orandi, lex credendi

A maneira como se ora determina aquilo em que se crê.


No relacionamento com Deus, ressalta-se a importância da comunicação. O físico de partículas e teólogo John Polkinghorne afirma: “Sugiro que, quando oramos, estamos oferecendo o nosso espaço de manobra a ser tomado por Deus e por Ele utilizado juntamente com o Seu espaço de manobra, para o maior efeito possível.”

O cristianismo concorda com as críticas de que a imagem de um deus pessoal é projeção humana. Deus, na visão cristã, porém é mais-que-pessoal, não menos. Por isso se ressalta a na teologia cristã que, a partir de um movimento de busca iniciado pelo Altíssimo, podemos abrir o nosso ser para um relacionamento pessoal, em que a pessoa divina do Espírito Santo opera nos elevando ao Deus Triúno, e que por meio da pessoa do Filho temos acesso aberto ao Pai. Um dos temas principais nas cartas paulinas na Bíblia é de que as promessas de Deus encontraram seu cumprimento pleno em Jesus e por Jesus, e nele residia a Nova Aliança, o que derrubava as barreiras que separam o ser humano do Santo dos Santos.

Assim achega-se a Ele consciente da aliança estabelecida pelo auto-sacrifício e vitória de Jesus na cruz, com o perdão dos pecados, e a libertação ante as forças do mal, tendo nós em Cristo a demonstração do amor visceral do Senhor do Universo que, a partir de uma entrega nossa, quer nos infundir essa vida de amor. Podemos assim ser transparentes; vulneráveis; frágeis; receptivos; livres. "A oração jorra como uma flecha da alma daquele que ora" (Orígenes).

Como C.S. Lewis escreveu uma vez, não nos devemos reter na imagem que fazemos de Deus. Antes, podemos chegar a Ele “por quem Tu sabes que és”. Pois “orações não mudam a Deus, mudam a mim”.


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