30 de maio de 2011

Vagas para voluntariado

http://www.unv.org/fileadmin/docdb/pdf/2011/UNV_volunteer_vacancies/ElSalvadorAgronomo.pdf



http://www.unv.org/fileadmin/docdb/pdf/2011/UNV_volunteer_vacancies/ElSalvadorCoordinador.pdf



http://www.unv.org/fileadmin/docdb/pdf/2011/UNV_volunteer_vacancies/ElSalvadorGestiondeRiesgosyGenero.pdf



http://www.unv.org/fileadmin/docdb/pdf/2011/UNV_volunteer_vacancies/ElSalvadorNutricionista.pdf



http://www.unv.org/fileadmin/docdb/pdf/2011/UNV_volunteer_vacancies/ElSalvadorPedagogo.pdf

Acontece em Goiânia

O Grupo de Vivência Ecumênica promove dia 30 de Maio, segunda feira, às 19 horas, mais um encontro de reflexão sobre espiritualidade.

Na ocasião na qual estará presente e falará a Reverenda Tatiana, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Diocese de Brasília. Ela é a coordenadora regional do movimento ecumênico da juventude no Centro Oeste. Uma boa oportunidade.

Será também o último encontro antes da Semana da Unidade dos Cristãos (5-11 de junho) e servirá para os detalhes finais da preparação.

Que a Unidade almejada por Cristo nos anime e nos fortaleça!

24 de maio de 2011

Entre raposas e aves

Indo eles caminho afora,
alguém lhes disse:
“Seguir-te-ei
para onde quer que fores.”
Mas Jesus lhe respondeu:
“As raposas têm seus covis,
E as aves do céu, ninhos;
Mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” 
Lucas 9, 57-58

Parece que podemos ver um certo padrão em Jesus, ao ser abordado, muitas vezes se parece meio que “arisco”, ou pronto para desarmar a pessoa que o abordou. Ainda que no decorrer do trato com a pessoa, sua postura mude completamente. Podemos ver isso com o Jovem Rico, com a mulher siro-fenícia, e agora aqui com o voluntário impetuoso.

Tal passagem costuma ser enquadrada numa seção com o título “O preço do discipulado”. Poderemos ver que tal enunciado capta em parte o que se passa e o dizer de Jesus.

À primeira vista, realmente Jesus está colocando para a pessoa que o seu caminho passa por privações, e não pompa; requer abdicação, requer aceitar estar com um estilo de vida em que se abnegou de muita coisa para seguir o caminho. Até mesmo em relação à provisão que é feita para os seres da natureza, seu caminho exigiria aceitar privações.

De fato, o autor do evangelho já nos tinha trago antes um quadro em que apresenta que “é necessário que o Filho do Homem sofra”. Lc. 9,22.

Tal apelo encontraria, anos mais tarde, certo eco no testemunho de Paulo para os Filipenses: “Falo assim não por causa das privações, pois aprendi a adaptar-me às necessidades; sei viver modestamente, e sei também como haver-me na abundância; estou acostumado com toda e qualquer situação: viver saciado e passar fome; ter abundância e sofrer necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.” Carta aos Filipenses, 4.11-13.

Mas há algo mais, que superficialmente, passa despercebido para nós.

Lucas 13, 31-32: “na mesma hora, aproximaram-se alguns fariseus que lhe disseram: ‘Parte e vai-te daqui, porque Herodes quer te matar’. Ele respondeu ‘Ide dizer a essa raposa: “Eis que eu expulso demônios e realizo curas hoje e amanhã e no terceiro dia terei consumado!

Em Ezequiel, no capítulo 13, o profeta profere imprecações contra os falsos profetas de Israel que são considerados ardilosos, que iludem e manipulam: “Assim diz o Senhor Yahweh: ‘Ai dos profetas insensatos, que andam segundo o seu próprio espírito e nada vêem. Os teus profetas, ó Israel, são como raposas no meio de ruínas.” VS 3-4.

Costumava-se associar as nações gentias em torno de Israel com “as aves do céu”. Observem na parábola do Reino de Deus e o grão de mostarda, em Mateus 13, 31-32. Claramente há ali representações simbólicas. E evoca as expectativas proféticas das nações gentias vindo adorar e comungar no Novo Israel restaurado.

Podemos ver uma aplicação impactante neste interpelar de Jesus ao voluntário impetuoso então. Se as expectativas messiânicas dele fosse de um “filho de Davi”, glorioso, buscando poder e pompa, com toda a mesma lógica dos poderosos do mundo, era a companhia deles que a pessoa deveria buscar. A lógica do caminho de Jesus é oposta à lógica dos poderosos, à lógica do poder mundial.

Para subverter os poderosos e sua dominação e exploração, não basta assumir a racionalidade deles e tomar o poder deles; é necessário subverter essa racionalidade, para deslegitimá-la e apontar um novo caminho para os oprimidos.

16 de maio de 2011

Hino Pascal, pelos Monges de Valaam

Belíssimo Hino Pascal, entoado pelos aclamados Monges de Valaam





Seu Dia da Ressurreição,
Povos, irradiar alegria!
Sua Páscoa, a Páscoa do Senhor,
da morte à vida,
da terra ao céu,
Cristo, Deus tem nos levado,
Cantem o hino da vitória!


(...)

O Angelo gritou para a cheia de graça: Alegrai-vos! Também vos digo: Alegrai-vos, pois o teu Filho ressuscitou dentre os mortos no terceiro dia... brilhai, brilhai nova Jerusalém, para a glória do Senhor!
Brilha e Alegra-te e esteja feliz, oh Sião! Alegrai-vos e exultai!
E tu, ó Pura, ó Mãe de Deus, Exaltai na ressurreição de seu Filho.

9 de maio de 2011

No caminho de Emaus

Uma passagem estritamente lucana, constando apenas neste evangelho; pergunta-se então sobre quais as fontes... Possivelmente, pelas referências explícitas a Cléofas na passagem, adviera de algum recolhimento de um testemunho deste na comunidade cristã nascente e apresenta-o então como alguém muito considerado e de papel importante na atividade proclamatória de Cristo, ou na exortação dentro desta.

Importante isto à luz do clima do quadro de suas caminhadas à Emaús. Era um clima lúgubre. Soturno. Talvez de frustração. O que mostra a melhor perspectiva que ficaria de Jesus caso sua história terminasse na cruz: no máximo, teria sido mais um profeta que indicaria o caminho e a vontade de Deus ao povo, levantara expectativas de redenção para Israel, e ficaria martirizado. Sobretudo, de forma alguma seria considerado mais como O Messias nem proclamado como tal.

Jesus vai ao encontro deles; os encontra e os busca na profunda situação de senso de falta de sentido, de vazio, de abismo escuro. E no encontro com eles, vai lhes dando sentido e nova perspectiva. Agora assim já vão abrindo seus corações para a Revelação dele... que vontade louca de saber como que Jesus expôs as Escrituras...

Então eles o acolhem. O convidam para entrar.

É digno de cuidado não deixar passar despercebido o momento em que é reconhecido: no partir do pão! É como recapitular neste momento fenomenal tudo o que a vida de Jesus representou, seu projeto, seu ensino, sua autoridade. A comunhão, partilha revestida com um senso de assim estar na atmosfera do Sagrado! E Jesus Ressuscitado vem à tona! A continuidade entre Jesus em seu ministério terreno e Jesus Ressurreto é plenamente frisada! E o detalhe de seu “sumiço” não é apenas um tipo de relato milagroso exaltador hagiográfico. Se assinala enfaticamente nas narrativas da ressurreição algo muito estranho: ao mesmo tempo a materialidade de sua natureza, a fisicalidade dela, no caso nosso aqui, caminhando, partindo o pão... onde faz sentido o aparentemente paradoxal tema paulino do “corpo espiritual”, não mais sujeito à deterioração, um corpo de natureza espiritual... e também há cenas de uma supra-materialidade, parece que a realização da expectativa da ressurreição material clássica dos judeus no tempo dos martírios do século II a.C. com a idéia da libertação dos limites e da decomposição material deste mundo. Uma nova natureza, e um atesto para a esperança para a Nova Criação.

Jesus some, num momento em que as testemunhas provavelmente iriam querer detalhes sobre o que ocorrera durante este tempo; iriam querer detê-lo, propô-lo muitos projetos... Mas ali Jesus parte como que dizendo que o que fez foi confirmar o sentido de sua missão, reafirmar o seu comissionamento, e enviá-los ao mundo para dividir com todos esse encontro com ele no partir do pão, na leitura profética das escrituras apontando para sua vitória sobre o mal...

Partilha, algo bem materno. Pois no geral, é um dom bastante materno, em que inclusive, na carência, mães costumam abdicar de si para seus filhos...

1 de maio de 2011

Perpassamos

Em verdade, em verdade eu vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar a luz, tem tristeza, porque a hora é chegada; mas depois de ter nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem. Assim também agora vós tendes tristezas;mas outra vez vos verei; e o vosso coração se alegrará, e vossa alegria ninguém poderá tirar.
Evangelho Segundo São João,15:20-22

Por que buscar nessa passagem que remete a uma Esperança de Renascimento, de raios de sol que atravessarão a cortina sombria, se está numa época de chegada, nascimento?..

Pois este jogo Nascimento-Morte-Ressurreição é o princípio organizador que dá a tônica da narrativa da vida de Jesus.

Pois bem, o que veio a Ele ao nascer?..Alguns astrólogos árabes ou persas com símbolos de Poder (ouro), de Sagrado (incenso) e sinal de Morte, a Mirra (usada nas tradições funerários da Ásia Meridional e Nordeste da África para perfumar os corpos dos falecidos)... Aí vemos, no doador da Vida, um dos segredos desta, que como não poderia deixar de ser, é algo muito simples, mas profundo e inesgotável.

Temos a Vontade de Desfrutar. Para nos sentir e afirmar como vivos, queremos desfrutar a vida, dançar a vida, beber a vida, comer a vida, sorver a vida, nadar a vida, sorrir a vida, cantar a vida...e sempre, manter assim. E é bom sermos responsáveis o suficiente para tentarmos fazer isso tudo (pensaram que iria falar o quê?) “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele”. Pois é...o menino e o moleque. “Se você é jovem ainda”...

Mas, a questão é que este deleite não nos pertence. O desejo de viver é maior do que nós. Não podemos reter...e talvez seja por isso que precisamos de Ressurreições...Queremos saborear os momentos e experiências de brincar com a vida, gingando com ela, segurar forte para tê-lo à mão quando estivermos no momento do medo, e perguntarmos, teremos isto de novo (pois não é como argila que se molda, mas como areia que nos escapa entre os dedos ao fechar a mão)? E essa porta que abre, nos levará para um caminho seguro? Ou serei um fatigado que lembrará que a vida já foi inebriante?

Estamos sós...é um momento de morte...e o mundo lá fora se alegrando...eles lá longe estão festejando...

Soneto 64, Shakespeare :
A ruína me faz ruminar uma idéia,
que o tempo há de vir arrebatar-me o amor.
Para mim isto é morte e não posso senão
Tua perda temer, e chorar por te ter.


Tudo o que amamos morre um dia (mesmo nós próprios). Ainda mais os amores passageiros...e a criança de cada instante de plenitude de alegria, cada uma delas que sai de nós, rebelde e serelepe, sem-vergonha na hora, será sacrificada....

Quem nos desviou assim, para que tivéssemos
um ar de despedida em tudo o que fazemos? Como aquele
que partindo se detém na última colina para contemplar
hesitante, e aguarda _assim vivemos nós,
numa incessante despedida
”. Raine Marie Rilke

Mas o ano, a vida, não acabou...sentir nessa hora de dor solitária, que a vela queima, os chutes da criança pedindo pra nascer... que podemos “dar à luz” se deixarmo-la “romper o ventre”.
Por isso, a necessidade da mensagem de Morte, antes da mensagem de Ressurreição. A mirra vem antes do cantar dos anjos.

“We can’t get known, satisfaction”: “ Na Terra, somos viajantes sempre prontos para partir. Significa que devemos continuar avançando. Portanto, esteja sempre insatisfeito onde estiver, se quiser ir além. Se estiver satisfeito com o que já é, então já parou. Se disser ‘basta’, está perdido”. Agostinho, Confissões.

Não se desesperem por algo que possa estar morrendo neste ritmo em que o tempo que vivemos se parece com uma esteira rolante sob nossos pés.... Mas desde que saibam cuidar das sementes no solo em que poderão germinar. Desde que não se convençam que, com o passar das circunstâncias mutáveis da vida (às vezes nem tanto), vocês ficaram estéreis e não possam mais deixar sair outros meninos., outros moleques.