30 de junho de 2013

O Menino Inquieto e a Planta de Folhas Brancas

Isto tudo se passou em uma terra distante, em um tempo quando lá o sol ainda nascia branco, branquinho que, com a fina neblina, fazia as vistas da gente parecer que enxergavam o mundo todo lustrado; e na hora de se pôr, o sol ficava de um dourado morno, quase bronze, chegando até a dar uma sensação, nos dias mais frescos, de se ter uma macia pele de urso envolvendo agente com muito aconchego.

Mas durante a história que estamos contando, algo diferente se passava naquele vale; por alguma coisa diferente que estava acontecendo, o sol nascia acinzentado, o ar estava muito seco, e o céu estava com um tom rosado triste. Imaginava-se que devia ser só uma fase, que iria passar; mas como estava sendo duro passar por aquela fase! Também, porque com a secura, os olhos das pessoas ardiam secos também, a garganta ficava seca, e muita gente caíra abatida com uma tosse seca e o peito doendo.

Pedrinho especialmente, sentia muito com o abatimento que tomara conta de tanta gente! Dona Filomena, sempre com aquele vozeirão parecendo de trompa daquelas grandes de assoprar, com um jeitão bondosa que fazia os meninos rirem muito, por dentro, e um bocado bom também por fora, andava resmungona; sem paciência...
"Tempestade de inverno sumido - Vale de Yosemite" - Anselm Adams
_ Aaii, essa criançada sem jeito, chata e enxerida, no meu tempo o chinelo e a vara de marmelo resolviam!

“Que triste ouvir isso de Dona Filó”, Pedrinho e sua irmãzinha Carina pensavam. Os dois ainda eram uma das poucas crianças também que não estavam sendo afetadas por aquele tempo ruim. Ainda. Augusto começara aficar brigão; viram-no até jogando pedra nos passarinhos tico-tico! Armínia ficara fechada, só andando de cabeça baixa e segurando a renda da saia, ela que era de ficar falando e falando, com uma vozinha fina, sempre curiosa com tudo. Perdera os interesses.

Senhor Homero.... Homero passou a mesmo deixar o portão aberto para a bola cair lá dentro da sua casa... e nossa, quando um dia uns meninos foram bater a campainha para pedir, ele rasgou com um facão, com um facão, a pelota na frente deles!

Mas o que realmente deixava Pedro mais aflito, era como estava ficando Mamãe. Mamãe era para ele tudo o que conseguia ser capaz de pensar na palavra Beleza. Com tanto amor, ele, sua irmã mais novinha Camila, Carina e Paulinho, seu irmão pouco mais novo, conseguiam lhe auxiliar nas tarefas em casa, com as ajudas dos avós Raimundo e Dona Leonora, que os visitavam quase todos os dias, mesmo com as lembranças saudosas e a grande falta do pai, Cláudio, que morrera quando Camila ainda era bebezinha. Sobre os detalhes de como ele morreu, vamos deixar de contar para não ficar remoendo com a dor daquela unida e, por terem um ao outro, feliz família. Felicidade que estava em perigo.

Camila tossindo já...Paulinho de cama. Mamãe, que sempre aparentava uma pérola, lisa, radiante, que parecia nos fazer carinho só da gente contemplá-la sorrindo, estava já com a pele do rosto murchando; os olhos amarelos, e a voz rouca, parecendo que falava com um cano na garganta. Vovô e Vovó eram cuidados em casa pela tia Carminha, ela lhes fazia chá.

Aquela doença que veio com o tempo esquisito ainda não tinha nome, pois ali naquela região tão sadia e com o ar tão puro, as doenças que vinham eram bem tratadas com chás, com banhos, respirando poções dos vapores de muitos tipos de ervas do campo.

Pedrinho sabia que tinha que fazer alguma coisa, mas as pessoas já estavam se conformando com aquela situação; ele pensou consigo que isso também devia vir da natureza daquele mal que havia abatido o povoado... e todos faziam pouco quando ele insistia que deviam procurar uma cura diferente,já que nada que conheciam estava dando certo.

Sentado à beira do riacho, que também havia diminuído muito com aquele tempo seco, já fazendo encalhar até os barquinhos de papel, veio até a mente de Pedrinho uma cabana; uma pequena cabana de madeira na saída leste do povoado, em cima de uma colina. Morava lá solitário o senhor Cosme, solitário porque sua esposa de muuuitos e muitos anos falecera haviam já quatro outonos; todos gostavam demais de Dona Hikaru, ela com seus olhos puxados, cabelo em coque, jeito de andar com as mãos juntas, pra frente, viera de uma terra distante que ninguém conhecia ali; ela ia na vila vender uns bolinhos açucarados deliciosos que do adulto aos idosos e, lógico, as crianças,todos se sentiam mais doces e animados saboreando-os. Todo mundo foi ao enterro na época, vindo então a filha dos dois que se casara com um rapaz de outro povoado e já não morava mais ali. Senhor Cosme sabia cuidar muito bem de si, e era o principal conhecedor de muitos segredos do campo, das montanhas, do riacho e do bosque. O avô Raimundo constantemente ia consultar Cosme a respeito de algum problema, procurar conselhos. Mas já tão idoso, morando sozinho, senhor Cosme não era muito mais ouvido e lembrado pela comunidade.

“Ei, senhor Cosme, sou Pedrinho, neto de Raimundo”.

_ Meu bom mocinho, quer sentar aqui comigo para comer um bom pedaço de bolo e tomar um refresco de amora? Uma companhia neste fim de tarde não me faria mal.

“Senhor Cosme, nenhuma comida tem descido bem... minha língua está com um amargo, e a saliva que vem forma um creme que tira o gosto de tudo”.

_Aaah, eu sei, rapaz... os cheiros, os sons, as cores, os gostos, tudo emudeceu a canção da dança da vida aqui em nosso pacato povoado. Estamos em tempos difíceis. É preciso firmar o joelho para conseguir ficar de pé nesta hora.

“Mas senhor Cosme, ainda que isto tudo seja passageiro, e não temos como saber... o que está acontecendo só vai piorando, e não dá mais para suportar. O senhor não sabe o que podemos preparar para tirar esta moléstia do nosso corpo, de nossas vistas, de nosso coração? Sei que as pessoas não parecem levar o senhor a sério, mas confio em meu avô que sempre lhe teve respeito...”

_ Pedro, Pedrinho, sobre isso teríamos muitas luas para conversar. O que as pessoas levam em conta pra dizer o que tem valor, o que deve ter mais consideração em cada momento da vida, é influenciado por muitas coisas que geralmente não aparece no que elas dizem e acham... mas vou falar do que está me pedindo. Eu era criança, do seu tamanho, e quando minha família morava em um povoado no pé daquela outra serra a algumas léguas daqui. Fora uma época de secura, como esta. E nenhum medicamento nem daqui, nem de lá, e até arrisco, nas terras de Hikaru, que são tão ricas em remédios da natureza também, não se descobria. Mas eles encontraram a solução.

“Me diga, Cos, desculpa, Sô Cosme!”.

_ Heita, meu amiguinho. Se já não vão dar muito valor a ter vindo me consultar, vão zombar muito de você se aventurar a buscar o que buscaram naquela ocasião.

“Mas se eu não o fizer, logo também ficarei dominado pela doença. E assim, me comportarei como muitos estão. E vou achar também que isto é tudo muito natural, é da vida, é da realidade. Por favor, senhor Cosme, eu vou buscar, eu estou pronto a escutar.”

_ Menino, naquele pico da montanha que é envolvido por mais névoa do que os outros... vai ter de confiar. Mora uma anciã. Anciã porque ela completa dias e dias após o outro, por muito mais tempo do que o que eu tenho andado neste mundo. Nunca a vi, mas imagino que ela deve impor muita reverência. Ela cuida de uma planta diferente das demais. Possui uma folha branca, quase prateada, e suculenta. Não podemos ver nenhuma planta igual fora de lá. Encontrando esta senhora que deve ser também de uma aparência incomum,de presença de fazer emudecer, com ela estará a planta, que por ela é muito bem cuidada. Nunca sai de perto. Mas, meu filho, não posso te garantir nada. Tudo o que sei é que o povo lá foi curado pelos preparados da planta maravilhosa; mas não posso lhe dar mais garantias de que a anciã esteja lá; nem de que com ela, a planta ainda viva.”

Pedro assentiu e cumprimentou senhor Cosme. Não era discutível que ele descera dali com uma resolução firme.

Na vila, senhor Homero disparou: “se você está mesmo disposto a perseguir este delírio, suas ideias estão mais murchas do que estas bolas que só servem para importunar o sossego”.

Dona Filomena disse “rapaz, você está procurando é desculpa para não ajudar sua mãe agora que o trabalho aumentou por ela estar mais fraca”.

Mesmo seu avô Raimundo não o encorajou; disse que Pedrinho tinha facilidade a ficar sonhando que a vida pode ser diferente, criando modos de vida imaginários na fantasia. Mas a fala mais padrão, repetida por coleguinhas e aldeões, fora:

- Veja, menino. As folhas aqui são verdes; amarelam quando vão cair. Isso é a natureza do mundo. Não pode não ser igual. O tempo está com secura, nós secamos também; melhoraremos se o tempo mudar. O mundo é o que é; sempre foi e será. Falar de anciã, folha branca, é algo que a necessidade das coisas não pode deixar ser. Escute esta palavra: ra-zo-á-vel. O que você está falando não é ra-zo-á-vel. É como querer uma tabuada diferente.

Durante a noite o desânimo abateu Pedrinho. O ar ficara enfim mais pesado para ele do que nunca. Mas ele acordou de madrugada. Teve por si que desanimado ou animado, ele iria arriscar e iria ver se realmente as coisas tinham de ser como falavam, ou se todos estavam querendo encaixar a explicação do mundo em uma caixinha apertada e quadrada em que o mundo redondo não cabia, ou deixavam um tantão de arestas de fora. Na conversa final com senhor Cosme, aprendera que o único caminho que lhe levaria até aquele pico de montanha era, aproveitando que a água estava rasa, seguir pela margem do riacho. E partira pela madrugada.

E tudo concorrera para lhe mostrar que a tarefa não seria nenhuma aventura daquelas cheias de musiquinha de dar coragem. Mas exigiria muito sacrifício da parte dele. Com pouco, perdeu sua sandália ao tropeçar num toco de madeira caído, antes de chegar no riacho, e não o achava no capim alto, pois o céu ainda não estava claro.

Para piorar... “aaaaai!!!”

Cortou seu pé em uma pedra afiada no riacho. No outro pé, entrou um espinho que tentando tirá-lo com a unha, fez foi entrar mais. Mosquitos picavam e chupavam do sangue de Pedro. Ele saiu só pensando em chegar logo na montanha, e, com a mente toda remoendo as palavras das pessoas da vila, não levou comida. Não podia sair pra procurar alguma frutinha na mata, por medo de se perder. A ferida do pé ardia. Seus olhos estavam ardendo, secos. Tudo lhe pesava no coração, e se sentia cada vez mais ranzinza também. Não havia cheiro algum na natureza. Com o dia já levantado, a luz do sol sapecava suas costas, suava suor grosso, bebia da aguazinha do riacho quase secando, lavava o rosto pois o suor caia nos olhos já ardidos e embaçava sua visão. E lá ainda longe, a neblina cobrindo o pico da montanha. Pensava na família. Pensava nos gemidos da Mamãe, que ele percebeu estarem abafados pelo travesseiro que ela punha na boca para tentar evitar de assustar e angustiar mais as crianças, e sua tosse seca.

Grande medo em Pedrinho de tudo ser em vão. De perder Mamãe... ficar os irmãos sem o Papai, sem a Mamãe agora. Perder os avós. Os irmãos e irmãs? Perder todos. Ele mesmo já não sabia se iria durar agora. E outra grande tristeza: de chegar lá, e lá ser lugar nenhum. Não ter essa grande anciã; não ter planta de folha branca. E assim, aquilo tão seco que as pessoas lhe falavam... ser realmente o certo. Elas estarem com a razão.

O riacho foi ficando estreito, estreito.... de repente largueou. Mas acabou. Ainda faltando um bocado pro alto da montanha, Pedrinho chegara na nascente, no olho d'água. Com um preocupante filetinho de água apenas brotando, quase agonizante. Ele tinha que continuar subindo agora, ou escolher voltar. Seguiu acima, guiado apenas pelo senso de direção que tinha que subir a leste, a norte. Uma hora estava tudo muito inclinado, e tinha de apoiar com as mãos nos joelhos. Fraco, as costas doíam. Fraco, teve de segurar nas pedras, quase já escalando... até cortar também a palma de uma mão em um espinho seco na terra.

A neblina o cobriu. “Pelo menos as costas refrescaram”, pensou. Não muito consolado. Mas agora ficou assustado. Ele viu. Tinha uma gruta ali, que não parecia grande. Ele queria tanto encontrar... mas agora viu que também tinha medo de encontrar. Começou a se sentir estranho, como se aquilo fosse algo interrompendo a normalidade do seu mundo, do seu modo de ver as coisas se desenrolando, e ele se sentia inseguro de ser, diante daquele inesperado... bem normal. Lembrava-se de que no dia anterior xingara a irmã na discussão. Se sentiu feio.

Queria encontrar a planta, de todo seu coração. Mas naquela hora, ficou com medo mesmo de, encontrando-a, lhe tocar.

E se preparava no seu íntimo...a gruta estava vazia? Havia mesmo a tal anciã? Ele se lembrou de que não sabia ao certo o que era uma anciã, lhe vindo à mente a imagem de uma senhora toda cheia de presença, cabelos cinza-claro muito compridos, olhar solene, alta, falando como um trovão. E se ela tivesse morrido? Para ser tão mais velha do que o senhor Cosme...

Tinha sim alguém. Tinha uma luz lá dentro. Entrou na gruta. Era pequena. Andou com cuidado, meio que tropeçando nuns galhos fininhos que ficavam embaralhados no chão e sem graça, pareciam se espalhar em redor. Olhou ao redor, parede, uma estante de tronco de árvore velha, uma flauta, mas nadado que esperava, que não sabia ao certo, mas na sua melhor esperança, seria um jardim ao fundo com a grande árvore branca.

Ali estava. Uma pequena senhora. Numa cadeira de balanço. Tomando chá, tricotando. Com um cabelo partido, o rosto que mesmo todo enrugado, fazia lembrar uma criança, não tinha jeito de ser muito cansado. Não era mais alta do que Pedro.

“Senhora, é uma anciã?”

_Olá, rapazinho. Posso ser, posso não ser, não fui eu que me dei esse nome. Depende. - respondeu-lhe com uma voz que mais lembrava chuvinha fina batendo no telhado.

“Ah sim... estou muito cansado. Procurava a planta de folha branca, que diziam estar aqui com a senhora, para curar o povo lá de onde moro; curar minha Mamãe. Subi até aqui, desculpa se a assustei. Me disseram que só poderia estar aqui dentro com a senhora, cuidando dela. Não a vejo.”

_ Pois sim, rapaz. Você acabou de falar. Não a vê. Tem certeza que existe esta planta diferente?

“Não, não tenho.”

_ Ouvi você dizendo, então. Pois sim, não vê nada aqui comigo.

Ele então se entregou. Prostrado, acabou todo seu ânimo. Chorou e chorou muito. “Então eu enfrentei a zombaria das pessoas, fui humilhado; andei isso tudo sem comer, com muita fome, perdi a sandália, feri meus pés, que estão ardendo muito, mais ainda agora; estou todo coçando de picadas de mosquito; cortei minhas mãos. Estou com as costas sapecando, os olhos sapecando. E tudo isto agora até me rouba as forças para voltar. Todos dizem que este mal horrível vai passar, mas ninguém sabe quando, e o que vai ser de nós até lá? E todos, enfim, por pior que seja, todos tinham razão.”

E chorava sem consolo, com a senhora escutando tudo. Suas lágrimas caíam nos pés, caiam no chão. Caiu num dos galhos. E ele viu pequenininha, pequenininha, uma pontinha se mexendo. Um cristalzinho, um negocinho igual uma lagartinha, uma plantícula; e com ela uma folhinhazinha enrolada, branquinha, branquinha, do tamanho das manchas que dão nas unhas, e dizem ser sinal de presente chegando.

“Senhora, digo, Anciã, não sei como a senhora realmente se chama... vejo isto aqui no chão, que brotou ao cair de minhas lágrimas. Se não fosse tão pequeno, queria acreditar ser uma folhinha da planta curadora!”

- Pois sim, você está vendo?

Esta pergunta, estas palavras, estalaram na cabeça de Pedrinho. E ele foi seguindo com os olhos o raminho, os galhinhos, trançados no chão, subindo nas paredes... e no alto das paredes, por todo o teto... folhas brancas, gordas e quase prateadas!

“Mas... é ela, é ela! Eu achei que não existia!”

_ Mocinho, eu fiquei tão triste quanto você, de pensar que se desiludiu tão fácil, se entregou e estaria até disposto a ir embora, se contentando em me dizer que não vira a planta. Há pouco falava, todo desesperançado, sobre como eram pesadas as coisas que lhe haviam dito sobre o mundo, que ficou muito muito triste das pessoas terem razão. Não tendo ficado curioso em olhar direito e investigar onde as raízes em que você pisava iriam dar, descontente diante da figura da “anciã” que não era o que você tinha se convencido de encontrar, já também entregara a vitória para essas palavras em seu coração. Agora, os seus olhos vêem!

“E ela realmente tem o poder de curar aquele mal do tempo que passamos?”

_ Ela tem, meu querido. E para isso, basta apertar uma folha e beber do caldo dela.

“Posso levar quantas eu quiser?”

_ Poder, pode. Mas sabe, se arrancar muito... a planta precisa das folhas para respirar, para ter energia... e assim, para curar mais males de outras pessoas ("hu-hum", ele concordou). E você não tem como carregar tanto assim, desperdiçaria no caminho. Primeiro, beba de uma. Você está precisando. Descanse um pouco, vou tratar suas feridas. Aqui também tem pão para você. Depois, leve um pouco para sua mãe, sua família, para aqueles em situação mais urgente. E você terá uma grande responsabilidade: levará algumas mudas, e terá de cuidar delas. Cuidar. Não deixar morrer. E percebeu o segredo? Suas lágrimas, viu o que fizeram, com o raminho brotando? O sereno e a umidade da neblina, no tipo de mineral que é a coisa do que é feito as paredes desta montanha, dão à planta uma água fresca e um pouco salgada. Ela precisa disso, e é com esse tipo de água que ela trabalha para ter suas folhas brancas. Terá que a abastecer com uma água um pouco salgada também, nem precisa muito.


Pedro ficara um tempo com a senhora, por quem acabou lhe crescendo um grande carinho e ternura. Lembrou-se para sempre dela. Como se fosse uma mistura da mãe, irmãos, avós, e até do seu Cosme, mas apenas como se fosse, pois quando tentava associar muito, ficava diferente o sentimento, a sensação.

E ele cuidara e cultivara a planta como ela lhe recomendou. Com as folhas que levou, não teve muito mistério, não precisava de muito preparado, era apertar e pingar na língua para a disposição de ânimo e a boa respiração voltar para quem tomasse. E teve muito o que contar a respeito do mundo, para seus irmãos, e a quem mais estivesse disposto a lhe ouvir.