30 de outubro de 2011

Compra-se fé

Assim fala o SENHOR
contra os profetas que seduzem
meu povo:
àqueles que, se têm algo para eles morderem em seus dentes,
proclamam a paz.
Mas a quem não lhes põe nada na boca,
declaram a guerra!
Por isso a noite será para vós sem visão,
e as trevas para vós sem oráculo.
Por-se-á o sol para os profetas
e o dia obscurecer-se-á para eles.
Os videntes se envergonharão,
os adivinhos serão confundidos
e cobrirão toda barba,
porque não há resposta de Deus.
Eu contudo estou cheio de força, graças ao Espírito de YWHW
de senso de direito e coragem,
para denunciar a Jacó o seu crime
e a Israel seu pecado.
Escutai, portanto,
chefes da casa de Jacó,
magistrados da casa de Israel,
vós que execrais toda justiça,
que torceis o que é direito,
edificando Sião no sangue
e Jerusalém, com injustiça!
Seus chefes proferem sentenças por suborno,
e sacerdotes ensinam por lucro,
os profetas praticam adivinhação por dinheiro.
E se apóiam no Senhor, dizendo:
“Não está YWHW em nosso meio?
Não virá sobre nós a desgraça!”
Por isto, por culpa vossa,
Sião será arada como um campo,
Jerusalém se tornará um monte de ruínas.
E a montanha do Templo,
uma altura coberta de espinhos.
Do livro de Miquéias, 3.5-12.

Compartilho o sentimento desta mensagem profética, causticamente válida para nosso tempo, embalada por esta linda canção da Sinéad O'Connor, inspirada no Salmo 130, "De Profundis, Domini"



Das profundezas eu clamo por Ti
Oh Senhor
Não deixe meu grito de misericórdia ser ignorado
Se Tu mantiveres a conta dos pecados, oh
quem permaneceria de pé?
Mas Tu tens o perdão em suas mãos
E eu tenho ouvido a religião dizer que é para Lhe ter medo
Mas eu não me fio em tudo o que eu ouço
E parece-me que Tu estás refém de tais regras
Que foram feitas pela religião e não por Ti
E eu estou questionando se Tu nunca vai Se libertar
É mau pensar que Tu podes gostar de socorrer-me?
Há alguma coisa o meu pequeno coração pode fazer
Para ajudar a religião a compartilharmo-nos conTigo?
Pois oh
Tu estás como um fantasma em Tua própria casa
Ninguém Te ouve chorar sozinho
Oh Tu és O Único Verdadeiro, realmente O sem voz
Eles têm virado as costas a Ti para o culto de ouro e pedras
E vê-Lo prisioneiro oh me faz chorar
Ninguém te ouve gritando nas ruas
E é triste, mas é verdade como o velho ditado
"Se Deus vivesse na terra pessoas iriam quebrar suas janelas"

Anseio por Ti tanto quanto o vigilante pelo fim da noite

17 de outubro de 2011

06 de novembro - Dia de Oração : Mudanças Climáticas


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Esperança para a Criação, Dia Global de Oração e Ação para enfrentamento das Mudanças Climáticas: 06 de novembro de 2011.

Hope for Creation ou Esperança para a Criação, é um movimento global de cristãos que se colocarão de joelhos no domingo (06 de novembro) para orar por uma ação urgente para proteger a boa criação de Deus e aqueles que estão sendo mais atingidos pelas consequências das mudanças climáticas no mundo.

"N'A Rocha acreditamos que Deus fez o mundo, o ama e nos chamou para cuidar dele. É por isso que cremos serem essenciais para o enfrentamento das mudanças climáticas a oração e ação, como parte da 'Esperança para a Criação'. Em todo o mundo, do Reino Unido à África do Sul e dos Países Baixos ao Brasil, A Rocha está trabalhando com a Tearfund e as igrejas locais para as pessoas se envolverem e orarem durante o dia 06/novembro. Algumas A Rocha também estão organizando atividades práticas, permitindo que as pessoas experimentem a natureza. Esperamos incentivar uma apreciação mais profunda da natureza e uma compreensão do impacto que nossas ações podem ter tanto localmente como globalmente." Sarah Young, A Rocha Internacional.

Junte-se a nós.
Coloque-se de joelho no dia 06 de novembro.
Mobilize sua igreja para orar também neste dia.

Esta é uma iniciativa da Tearfund e você pode confirmar sua presença nesta rede de oração pelo site:hopeforcreation.org e/ou pelo Facebook d'A Rocha Brasil: 
Dia de oração e ação.

12 de outubro de 2011

Fé Mesquinha

Foi grande a minha alegria no Senhor, porque finalmente vi florescer vosso interesse por mim; verdade é que estáveis sempre alerta; mas não tínheis oportunidade. Falo assim não por causa das privações, pois aprendi a adaptar-me às necessidades; sei viver modestamente, e sei também como haver-me na abundância; estou acostumado com toda e qualquer situação: viver saciado e passar fome; ter abundância e sofrer necessidade. Tudo posso nAquele que me fortalece. Entretanto, fizestes bem em participar da minha aflição.
Carta aos Filipenses, 4.10-13.

Paulo mostra-se feliz com a solicitude dos filipenses, mas menos pelo que esta lhe supriu e proporcionou, e mais pela edificação e crescimento espiritual que proporcionou aos mesmos, o que operou em termos de virtude e aprofundamento na vivência da fé.

Depois, ele se mostra consciente de que em Cristo, ele basta-se a si mesmo, menos do que posses ou falta de posses. Elas são acessórios, para um fim maior, e não a meta para a qual ele mira.

Importante mostrar todo o contexto desta passagem, porque uma imagem de fé porca, deturpada e tacanha tem isolado a passagem “tudo posso naquele que me fortalece” para pregar uma ética bem acoplada ao espírito consumista de nosso tempo, em que nossa meta está em mostrar nosso valor, para os outros e para nós mesmos, nos bens que conquistamos. Assim, podemos conseguir qualquer coisa, porque temos o direito pelo fato de puxarmos-saco de Deus. Barganhamos com Ele. E é pra isso que serve a fé e comportar-se de acordo com o “padrão da igreja”, para obtermos as coisas. “Tudo o que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar”.

Assim, com consciência tranqüila, pomos no carro um adesivo “presente de Deus”, sem refletir como veríamos Deus então caso este carro se perca? Deus estaria então no seguro? E caso um grande revés na vida nos faça perder o carro ou outros bens, “presentes de Deus”, acabou-se o encanto? Deus deixa de existir?

Tudo é muito fugaz na vida. E vulnerável. A felicidade é o que há de mais vulnerável e fugaz então. Logo, não é ruim termos acesso a coisas úteis, mas é perder a alma se fiar nelas, e mais direcionar a fé para elas.

Nesta entrevista, Zygmunt Bauman põe o dedo na ferida e de forma profética, coloca a espiral de consumismo e materialismo utilitarista em que estamos imersos. Diagnostica como ninguém os males da vida contemporânea ao refletir sobre as revoltas ocorridas em Londres recentemente.

(...)”Todos nós fomos coagidos e seduzidos para ver o consumo como uma receita para uma boa vida e a principal solução para os problemas.” (...)”Enquanto não repensarmos a maneira como medimos o bem-estar, sim. A busca da felicidade não deve ser atrelada a indicadores de riqueza, pois isso apenas resulta numa erosão do espírito comunitário em prol de competição e egoísmo. A prosperidade hoje em dia está sendo medida em termos de produção material e isso só tende a criar mais problemas em sociedades em que a desigualdade está em crescimento.

Esta é a religião de Mamon em nosso tempo, e ela tem conquistado e dominado linguajares cristãos de forma ampla, e na verdade, muitos têm se aproveitado ao perceber que é uma receita verdadeiramente “milagrosa” para fazer “igrejas” crescerem e ter poder sobre a mente de pessoas, desde que dê a elas o analgésico motivacional necessário.

E nos transformamos em nacos de carne ambulante que repetimos chavões religiosos que os macacos-chefe mandam...