20 de dezembro de 2010

A Adoração do Novo Rei

Mateus 2
Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: "Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo".
Quando o rei Herodes ouviu isso, ficou perturbado, e com ele toda a Jerusalém.
Tendo reunido todos os chefes dos sacerdotes do povo e os mestres da lei, perguntou-lhes onde deveria nascer o Cristo. E eles responderam: "Em Belém da Judéia; pois assim escreveu o profeta:
‘Mas tu, Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor entre as principais cidades de Judá; pois de ti virá o líder que, como pastor, conduzirá Israel, o meu povo’ ".
Então Herodes chamou os magos secretamente e informou-se com eles a respeito do tempo exato em que a estrela tinha aparecido. Enviou-os a Belém e disse: "Vão informar-se com exatidão sobre o menino. Logo que o encontrarem, avisem-me, para que eu também vá adorá-lo".
Depois de ouvirem o rei, eles seguiram o seu caminho, e a estrela que tinham visto no Oriente foi adiante deles, até que finalmente parou sobre o lugar onde estava o menino. Quando tornaram a ver a estrela, encheram-se de júbilo.
Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra.
E, tendo sido advertidos em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram a sua terra por outro caminho.
Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e disse-lhe: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu lhe diga, pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo".
Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe durante a noite, e partiu para o Egito, onde ficou até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: "Do Egito chamei o meu filho".
Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos.
Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias:
"Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem".
Depois que Herodes morreu, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e vá para a terra de Israel, pois estão mortos os que procuravam tirar a vida do menino".
Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel. Mas, ao ouvir que Arquelau estava reinando na Judéia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Tendo sido avisado em sonho, retirou-se para a região da Galiléia e foi viver numa cidade chamada Nazaré. Assim cumpriu-se o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.



Conta-nos Mateus que Jesus fora visitado e recebera a adoração de Magos (Magoi). O termo se refere a sábios astrólogos. Diferente da lenda popular, a narrativa da Natividade não enumera muito menos menciona os nomes dos astrólogos. A astrologia era então misturada com a astronomia e era uma ciência que, nas regiões da Pérsia, Babilônia, Arábia do Sul, entre outras do “Oriente”, estava no mais alto degrau da escala das ciências, reservada para os mais disciplinados na busca da sabedoria.

Ainda que tendo em suas escrituras a proibição de adivinhações por consultas aos astros, os judeus da época dos séculos II a.C. a I.d.C. consideravam verossímil que os astros apontavam sinais de acontecimentos espetaculares do futuro. Também no mundo romano circundante era mais comum ainda esta noção, sendo que Augusto e outros imperadores perseguiram astrólogos devido a crença de que cometas, eclipses e estrelas prediziam a queda de governantes. Nero mesmo fora um que chacinou soberanos afim de que evitar que uma famosa profecia relacionada a um cometa se aplicasse à sua morte, mas a deles.

Seguramente menção de que ‘toda Jerusalém” ficara alarmada é uma hipérbole, muito embora a caravana dos astrólogos - sem dúvida não viajavam sozinhos – fora notada pela população. O fato de serem “pagãos” não afetava a consciência religiosa da coorte herodiana, visto que nas cidades que erguera cidades com presença de monumentos que os judeus consideravam “pagãos” em Sebaste, Agrippias, Antipátrida, Fasaelis, e outras. Ele sem dúvida estava bem ambientado no ideário dessas crenças.

Interessante na narrativa e que os líderes religiosos tinham ciência acerca da tradição do nascimento do Rei Legítimo em Jerusalém. E não se menciona reação alguma deles, mas apenas uma menção lacônica à profecia. Muito antes de Pilatos, os chefes dos sacerdotes e os escribas – que tinham prestígio e influência popular – lavaram as mãos. E isso diante de um tirano que em 37 a.C. executara todos os membros do sinédrio porque levantaram uma acusação de assassinato quando ele era governador da Galiléia.

Várias teorias foram formadas para tentar explicar a “Estrela de Belém”. Umas das mais consistentes, de acordo com análises astronômicas e culturais sobre aquele tempo, remetem a uma conjunção tripla Júpiter-Saturno-Signo de Peixes, destacada e levando para o ano 6 a.C., e a de uma hipernova tipo Ic, relacionando a data do nascimento para o ano 8 a.C.  Há algumas com menos probabilidade de correspondência, como as hipóteses do cometa Halley, 12 a.C. (muito tarde, embora pode-se encaixar com ano do nascimento de Jesus, haja vista que nele começara a haver um senso nas províncias da Síria, em que se incluía a Palestina), e a da “estrela teológica”, ou simbólica. Esta agrada alguns sabores, mas é implausível que o evangelista supusesse que uma estrela formada de anjos propiciaria ligações com a cuidadosa relação com os astrólogos, o mesmo se sucedendo em relação a uma estrela apenas simbólica, existente apenas na narrativa. De qualquer forma, não é prudente se apegar a cada detalhe do relato narrativo.

O retrato da paranóia de Herodes é convincente. Movimentos insurrecionistas apoiados na alegação de que a profecia estava se cumprindo conquistariam rapidamente vasto apelo popular. Afinal, estariam do lado daquele que seria o “escolhido por Deus”. Apesar de Herodes se encontrar doente, obviamente ele não levaria em conta que quando a criança crescesse ele poderia estar morto. Que grande tirano leva isso em conta? Ainda mais que rebeldes poderiam se insuflar antes dela crescer, diante do quadro opressivo, para abrir caminho e garantir seu reinado. Herodes naquele tempo executara seus dois filhos, Alexandre e Aristóbulo, por suspeitar que conspiravam. Massacrara todos os que suspeitara de estarem envolvidos num motim no fim do ano 5 a.C. já convalescente, em Jerusalém, tendo queimado vivos os líderes. Nem sua esposa escapou à sua sordidez.

Era natural de se esperar que o regresso dos "Magos" passasse por Jerusalém, visto que era a rota da estrada principal na direção norte de Belém. Por que arriscariam viagens mais longas e perigosas pelo sul, por Hebrom e Gaza, atravessando Nazaré, Cafarnaum e Damasco? Seria necessário imperativamente um motivo muito forte e urgente, relacionado às questões de poder...É inconcebível que Herodes não tivesse tomado atitude alguma. Seria também irracional conceber que Herodes iria se expor ao ponto de pessoalmente ir à Belém à frente de suas milícias. Toda a Judéia tomaria conhecimento, e a expectativa profética em relação a Belém não se extinguiria, antes se reforçaria, motivando rebeldes a alegarem que os tempos messiânicos chegaram, e inspiraria líderes amotinados. Uma débil demonstração de fraqueza.

Isto posto que Belém era uma vila de cerca de mil habitantes, distando menos do que 16 Km de Jerusalém. O massacre teria atingido pouco mais de duas dezenas de crianças. O Herodium, uma das fortalezas de Herodes era o local estratégico de onde partiram os guardas. O evangelista vira neste ato um eco ao pranto de Raquel em Jeremias 31.15.

As oferendas dos "Magos" eram preciosidades destacadas que o Oriente exportava como artigos de luxo nas caravanas: I Rs. 10.10; Sl. 72.10-15. A adoração dos "Magos", característica das reverências aos reis e deuses em sua cultura, fazia ressoar as profecias das homenagens que todas as nações prestariam ao Deus único. O que reforça ainda mais o contraste com os líderes religiosos.

O fato de José ter evitado as terras do cruel Arquelau, outro tirano filho de Herodes que assassinara 3 mil opositores de uma só vez, mesmo antes de ir à Roma reclamar sua herança, tendo ido uma delegação de judeus ao imperador implorar para não nomeá-lo como rei (Augusto acabara lhe dando o governo das terras, negando-lhe porém o título real) num tempo e local de extremada turbulência é compreensível. À primeira vista, porém, há de se estranhar ter procurado abrigo nas terras do outro filho de Herodes, Herodes Antipas. Mas uma investigação breve mas atenciosa afasta os receios. Antipas planejara um opulento plano de infra-estrutura e construção de cidades. Isso incluía Séforis, planejada para 25 mil pessoas. Isso seria trabalho garantido para carpinteiros e serralheiros, e Nazaré, um pequeno povoado, era próximo o bastante para a locomoção diária ao trabalho, bem como segura e de vida pacata comparada com a confusão de Séforis, além de mais barata para se estabelecer e morar.
 Salmo 72
Ó Deus, dá ao rei os teus juízos e a tua justiça, ao filho do rei.
Ele julgará o teu povo com justiça e os teus pobres com juízo.
Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça.
Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado e quebrantará o opressor.
Temer-te-ão enquanto durar o sol e a lua, de geração em geração.
Ele descerá como a chuva sobre a erva ceifada, como os chuveiros que umedecem a terra.
Nos Seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto durar a lua.
Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.
Aqueles que habitam no deserto se inclinarão ante ele, e os seus inimigos lamberão o pó.
Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de Sebá oferecerão dons.
E todos os reis se prostrarão perante Ele; todas as nações o servirão.
Porque Ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude.
Compadecer-se-á do pobre e do aflito e salvará a alma dos necessitados.
Libertará a sua alma do engano e da violência, e precioso será o seu sangue aos olhos dele.
E viverá, e se lhE dará do ouro de Sabá, e continuamente se fará por Ele oração, e todos os dias O bendirão.
Haverá um punhado de trigo na terra sobre os cumes dos montes; o seu fruto se moverá como o Líbano, e os da cidade florescerão como a erva da terra.
O Seu nome permanecerá eternamente; o Seu nome se irá propagando de pais a filhos, enquanto o sol durar; e os homens serão abençoados nEle; todas as nações lhE chamarão bem-aventurado.
Bendito seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, que só Ele faz maravilhas.
E bendito seja para sempre o Seu nome glorioso; e encha-se toda a terra da Sua glória! Amém e amém!

12 de dezembro de 2010

À Sombra do Altíssimo

Jeremias 48
31 - Por isso uivarei por Moabe,sim, gritarei por todo o Moabe (...)
36 - Por isso o meu coração geme como flautas por causa de Moabe (...)


Amós 9,7
Para mim não sois vós como os filhos dos Kushitas, ó filhos de Israel?
- oráculo do Senhor.
Acaso não tirei eu Israel da terra do Egito,
os filisteus de Kaftor e Aram, de Qir?


Salmo 146, 6-9
Autor da Terra e dos céus
do mar, de tudo o que aí se encontra,
ele é o eterno guardião da verdade:
ele faz justiça aos oprimidos,
ele dá pão aos que têm fome;









o Senhor solta os prisioneiros,
o Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor levanta os que esmorecem,
o Senhor ama os justos,
o Senhor protege os migrantes,
Ele dá apoio ao órfão e à viúva,
Mas confunde os passos dos maus.

Infelizmente, Deus tem sido "ensombreado" nas imagens que majoritariamente se tem feito dEle em várias pregações e discursos. Não é essa a personalidade de Deus cantada em músicas gospel.

Não é a que tem sido aclamada no "rosto" majoritário das igrejas no Brasil; muitos alegam que ela não encheria os templos, não bancaria seus caros instrumentos, suas caras de shopping-centers, e incomodaria a consciência sensível de muitos ofertantes. Os jovens estão correndo dela, não é teen.

Não é o deus falado com condescendência por tantos que se acham esclarecidos demais para isso, nem os que se acham com uma fé pura demais para algo tão “mundano”.

Nunca é o deus invocado pelos políticos; por grandes líderes em missões diplomáticas.

Não cabe nos sistemas e teias filosóficas de presunçosos que não querem uma Presença assim incomodando suas megalomanias.

Não cabe em mentalidades simplórias, inteligentes para muita coisa, mas que ligam uma “trava” na hora de pensar sua religiosidade.

Tremo em pensar que estou diante desse Deus. Como estou?
De Si mesmo, Ele diz: “Eu Sou quem Sou”.