27 de março de 2012

Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental


A Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais - Dhesca Brasil - se inseriu no processo da Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD) – Rio + 20 , participando do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio + 20.

O processo de Cúpula, que acontecerá entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, não intenta realizar atividades de organizações singulares, mas busca processos de articulação de diferentes organizações e movimentos, que possam convergir dentro dos grandes eixos propostos.

Na semana passada (18 a 20) houvera uma reunião no Rio de Janeiro com as redes internacionais, para internacionalizar o processo, fechar conjuntamente os eixos da Cúpula e a metodologia do evento. A proposta medotológica ainda está sendo fechada no Grupo de Trabalho Metodologia, já havendo informes preliminares de algumas propostas:

Os três grandes eixos da Cúpula vão também embasar as três grandes Assembleias dos povos que acontecerão 1) a denúncia das causas estruturais da atual crise e das novas formas de reprodução do capital; 2) as soluções e novos paradigmas dos povos; 3) as agendas, campanhas e mobilizações que articulam os processos da luta anticapitalista após a Rio +20.

Antes das Assembleias, porém, acontecerão Plenárias Pré-Assembleias, a fim de facilitar a convergência das atividades autogestionadas desenvolvidas durante a Cúpula. Os temas das Plenárias ainda estão em discussão no Grupo de Trabalho de metodologia, mas os indicados giram em torno dos eixos Trabalho, Consumo, Produção e Educação, sendo as Plenárias assim distribuídas:


1) Direitos, por Justiça Social e Ambiental;
2) Defesa dos bens Comuns, Contra a Mercantilização;
3) Soberania Alimentar;
4) Energia e Industrias Extrativas e
5) Trabalho: Por uma Outra Economia e Novos Paradigmas de Sociedade.

As datas das Assembleias dos Povos são:

  • 19 de junho - Assembleia sobre causas estruturais e falsas soluções
  • 21 de junho - Assembleia Nossas soluções
  • 22 de junho - Assembleia para agendas de lutas e campanhas

A proposta é que ao mesmo tempo em que as Assembleias estejam acontecendo, sejam organizadas também em outros países paralelamente manifestações, marchas, ações. A forma de integração (estratégias de comunicação) entre tais eventos ainda está sendo avaliada. Além disso, o dia 20 de junho foi eleito como dia de Mobilização Global, no qual estarão acontecendo em diversos países manifestações com denúncias das violações decorrentes do modelo de desenvolvimento, contra a economia verde e apontando alternativas da sociedade civil.

No espaço da Cúpula, além das atividades autogestionadas, das Plenárias e das Assembleias, acontecerão mobilizações, acampamentos e o chamado Pró-território do futuro, para que a Cúpula seja uma expressão das práticas que esperamos prevalecerem no futuro e as quais queremos construir. Ou seja, o espaço contará, por exemplo, com feiras e stands sobre economia solidaria, reciclagem de lixo etc. As inscrições para atividades autogestionadas acontecerão durante o mês de abril, e devem ser feitas pelo site http://www.cupuladospovos.org.br/







12 de março de 2012

Paraíso

Por Richard Bauckham

Em outro de meus ensaios, escrevi sobre o declínio da crença na vida após a morte na sociedade ocidental contemporânea, e sugeri algumas razões para isso. Então, eu não dei muita atenção à questão: o que é que os cristãos esperam para depois da morte?

Para pensar sobre o Paraíso precisamos de quadros imaginativos. Não podemos esperar saber em termos literais o que o céu vai ser. As tentativas de descrevê-lo, literalmente, são geralmente banais, e facilmente provocam a resposta: por que eu deveria querer isso? Quem quer passar a eternidade sentado numa nuvem tocando harpa? O paraíso deve ser inconcebivelmente diferente da nossa experiência aqui e agora. Então precisamos de imagens que evocam uma sensação de algo que transcende em muito nesta vida.

A Bíblia e a tradição cristã nos oferecem três imagens principais acerca do Céu. Se colocarmos esses três símbolos juntos, teremos uma idéia muito boa do que é a compreensão cristã do destino humano.

O primeiro é a esperança da visão de Deus. "Bem-aventurados os puros de coração", disse Jesus, "porque eles verão a Deus”. Deus, a quem agora conhecemos tão imperfeitamente, iremos então experimentá-lO diretamente. Vamos desfrutá-lO como o cumprimento final de todos os desejos humanos. Vamos adorá-lo com o tipo de atenção arrebatadora que uma experiência poderosa de beleza ou amor pode evocar em nós nesta vida. Porque Deus é infinito e nós fomos feitos para usufruí-lO, as alegrias do Céu nunca serão esgotadas. Vamos encontrar satisfação eterna em Deus.

Mas o Paraíso não será só eu e Deus. Deus nos fez para encontrar satisfação no outro, bem como nele. Assim, a segunda imagem do Céu é a cidade de Deus, uma sociedade humana perfeita, em que todos os nossos sonhos de relações humanas realmente adequadas serão cumpridas.

Mas o Paraíso não será só eu e Deus. Deus nos fez para encontrar satisfação no outro, bem como nele. Assim, a segunda imagem do Céu é a cidade de Deus, uma sociedade humana perfeita, em que todos os nossos sonhos de relações humanas realmente adequadas serão cumpridas.

Mas os propósitos de Deus vão além até mesmo de uma sociedade humana encontrando sua verdadeira realização em Si. Eles se estendem a toda criação de Deus. Nossa terceira imagem do Paraíso, o reino de Deus, é a mais ampla. Ela olha para o momento em que o governo de Deus sobre toda a sua criação finalmente será aperfeiçoado. Todo o sofrimento, o mal e a morte serão superados. O mundo de Deus será como ele sempre pretendeu que fosse. E quando todos os males e imperfeições que obscurecem Deus no mundo como é agora forem superadas, em seguida toda a criação irá perfeitamente refletir a glória de Deus. Como o apóstolo Paulo disse, "Deus será tudo em todos".

Assim, a esperança cristã é que o todo da criação de Deus encontrará o seu destino eterno em Deus. Embora, até agora , eu tenha usado o termo "Céu" para me referir à esperança cristã de vida após a morte, porque isso geralmente é feito, agora podemos ver que este termo pode ser um pouco enganador. Isso pode sugerir que o nosso destino é deixar o mundo para trás e se juntar a Deus em algum Céu puramente espiritual. A esperança cristã é muito melhor do que isso. É a união do Céu e da Terra, pela presença transformadora de Deus ao longo de sua criação.

Tudo isso deve alargar os nossos horizontes para além dos termos estritamente individuais em que tantas vezes se pensa o Paraíso. Nossa esperança, como indivíduos, é compartilhar do grande triunfo de Deus sobre todo o mal e a morte, para ter um lugar no seu propósito cósmico para toda a criação, para encontrar a nossa própria realização em Deus, no contexto de um mundo centrado em Deus e transfigurado pela Sua glória. Mas, sendo por é isso que o Céu diz respeito a todos, é claro , não podemos esperar para compartilhar afinal o que o

destino nos coloca agora, como indivíduos, dentro propósito de Deus para o Seu mundo. Para desfrutar da visão de Deus, então, devemos começar a centrar nossas vidas em Deus agora. Para entrar na cidade de Deus, então, devemos procurar a Sua vontade para a sociedade humana agora. Para entrar no reino de Deus, então, devemos colocar-nos sob o domínio de Deus agora e buscar o Seu reino em toda a realidade.