Por isso, ora vinham pesados juízos contra as nações pela violência, idolatria, perversão, agressão ao “povo escolhido”, ora vinham oráculos anunciando bênçãos a elas, e elas sendo legitimadas em subjugar um povo que abandonava e perdia sua razão de ser .
Com o exílio, estes temas proféticos foram retomados, sobretudo o da Aliança, e sob o ângulo dos caminhos abertos para a Bênção e Maldição, do vislumbre do que poderia ter sido caso Israel se mantivesse fiel à Aliança, e da constatação da quebra desta, da maldição decorrente e da falência humana em caminhar com Deus em harmonia, já visto aí como o único Deus verdadeiro, e não o maior; com um propósito universal de redimir o mundo, reforçando o caráter sacerdotal e necessidade de “santificação” do povo, e alguns (como o autor de Jonas) reforçando o tom universalista ante um provincianismo que ameaçava recrudescer.
No tempo de Jesus, com tudo o que decorreu posteriormente do domínio helênico, a resistência, os mártires, a revolta dos Macabeus e divisões religiosas, o domínio romano, haviam multiplicidade de respostas.
Mas num cerne abrangente, tinha uma noção, mais atenuada até mais apocalíptica, de que estavam ainda num “exílio” e que aguardavam Deus visitar novamente Israel, e a forma como isso se daria variava. Daí o cenário para uma “revelação progressiva”, um conhecimento progressivo dos caminhos de Deus.
Jesus parece ter adotado um amálgama de várias visões messiânicas, absorvendo elementos de cada e rejeitando outros. Compartilhou com João Batista a noção de que chegara o tempo da visita de YHWH. Que os “mais fracos”, os estigmatizados e precarizados, estariam no centro do plano de Deus para redimir. E que era necessário se cumprir os sinais esperados para a mediação do povo para estar pronto para isso. Ampliou a perspectiva com a noção mais universalista de que essa mediação era para com o mundo, e que estaria inaugurando-se com seu ministério.
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